25/09, 30/10, 13/11, 27/11, 11/12 Sede do Espanca! - BH
Nos
limites territoriais restritos e sem interlocução em que vivem os artistas de
teatro em Belo Horizonte, toda e qualquer janela minimamente aberta já se faz
imediatamente imprescindível. Nessa categoria o projeto Janela de Dramaturgia abre uma aresta de sol aos textos e
dramaturgos belorizontinos. Incentivando-os a testar e a se arriscar em tirar seus
textos das pastas de arquivo esquecidas em cada computador. Uma ideia tão boa
que, em sua noite de estreia, lá estava uma boa parte da classe teatral para
conferir se ia dar certo; vários dos jovens e mais bem-intencionados atores,
diretores, produtores e, por que não, dramaturgos, reunidos para ver e refletir
sobre as novas dramaturgias, ou talvez para criar coragem e também tirar os
seus próprios textos das gavetas.
Parece
tão importante a iniciativa que já nasce defasada. Em análise crua pensamos,
imediatamente ao ler a relação dos autores convocados até o mês de Dezembro,
que se faz necessário trazer e buscar mais dramaturgos. Buscar, nesse ou em
outro projeto do tipo, gente velha e gente nova e, principalmente, não se
restringir a textos que busquem linguagens contemporâneas. Não apenas
metalinguagens e experimentações que são quase sempre desdobramentos do épico,
mas abrir para conhecer textos comerciais, dramáticos, comédias, tragédias...
Já
há alguns anos foi criado em Belo Horizonte o Clube da Leitura, tão importante
quanto, mas que optou por não se restringir a textos inéditos. Em proposta não
muito clara se meteu a ler coisas já montadas de gente conhecida. Essa
característica acabou enfraquecendo o discurso e demanda já imprescindível de
trazer à luz textos inéditos.
Com
o mérito indiscutível da periodicidade mensal e cronograma antecipado o Janela da Dramaturgia foca em textos
inéditos e isso é muito bom. Fica a sugestão e desejo que este ou outro projeto
do tipo venha a se tornar em uma forma de peneirar, colocar em jogo, transpor
para a boca dos atores os desejos e demandas da sociedade.
Caro Bento,
ResponderExcluirAntes de mais nada: que bom ter interlocutores para discutir e pensar o "Janela", seu formato, sua abrangência, suas limitações, etc.
O "Janela" surge para nós, realizadores, como um possível espaço que acuda, em parte, a carência da cidade para eventos que se dediquem às dramaturgias aqui escritas. Sobretudo àquelas que não estão já vinculadas a uma montagem cênica, ou criadas no próprio processo teatral, etc. ̶ modelos que já são bem presentes na cidade, inclusive reconhecidos fora daqui. Desta maneira, o projeto já faz sim um recorte do panorama dramatúrgico de Belo Horizonte. E recorta ainda mais: dramaturgias inéditas, jovens autores, linguagens contemporâneas. Recortes escolhidos, a princípio, por se aproximarem de um território que nos é mais próximo e que experimentamos, na prática, suas carências e potencialidades. Essa primeira edição acaba sendo um "piloto" do projeto. Foi elaborada entre amigos, entre parceiros, de maneira colaborativa, etc., devido às próprias condições de um projeto que se inicia de maneira "independente". Isso determina sim um "círculo" de autores e textos, embora apresente ele mesmo uma grande diversidade. E nosso desejo é que, sim, essa diversidade seja cada vez maior: de autores, de linguagens textuais, de público, etc. Servindo a um dos nossos desejos primeiros: conhecer o novo! E ele já está se apresentando! Mas sem negar (e sem medo disso!) que uma janela não pode avistar toda a paisagem. Ela é sempre um recorte. Esse é o nosso! Esperamos, sinceramente, que a nossa janela seja inspiração para muitas outras! E que a paisagem nunca seja suficiente para ser contemplada por quantas janelas existam!
Abraços!
Sigamos!
Vinícius Souza
(Realizador do Janela de Dramaturgia, junto com Sara Pinheiro)
Olá Vinícius,
ResponderExcluirobrigado pelo seu comentário e pelas gentis palavras!
acho bela a iniciativa de suprir essa carência tão evidente de revelar as dramaturgias inéditas. Como lhe coube essa proposta independente de um projeto piloto, elaborado entre amigos, é bom perceber que tem também o desejo de uma diversidade cada vez maior de autores, linguagens e público.
se for o caso podemos abrir aqui um ponto de interlocução: outros atores podem enviar seus textos para compor as próximas edições do projeto. O que acha?
abraço!
bento
Já estamos pensando nisso e já recebemos outros e novos interessados em participar! Acredito que é um movimento natural. Havendo o espaço, há desejos e procuras!
ResponderExcluirimaginei que já estariam recebendo novos interessados, que bom!
ResponderExcluirhavendo espaço as pessoas produzem e tem desejo de produzir mais, daí a importância da sua iniciativa. parabéns!