segunda-feira, 10 de setembro de 2012

cabaré vagabundo

Referência ao Teatro de Revista é escolha acertada

7 a 9 de Setembro - Galpão Cine Horto

Um espetáculo contagiante! Embalados pela trilha sonora executada ao vivo por músicos convidados e pelos atores que cantam e se arriscam em alguns instrumentos, como espectador temos vontade de cantar e dançar juntos. É bom identificar tecnicamente o trabalho de preparação musical e coreográfico do elenco e ao mesmo tempo se perceber participante da cena. Sussurramos as letras não originais e até somos levados pelas músicas criadas especialmente para a produção do Grupo Oriundo.

O texto de Antônio Hidelbrando, que também dirige a peça, lança mão de recursos épicos, advindos de longa pesquisa do diretor, para falar da difícil vida de artista. O tema parece estar na pauta de vários espetáculos dos últimos anos, entre eles Os Bem Intencionados, do Lume Teatro de Campinas, que estreou este ano com direção e dramaturgia da mineira Grace Passô. Parênteses: a peça do Lume é especial por trazer à cena um grupo de atores e pesquisadores com trabalho de 27 anos juntos. A entrega, o risco, a técnica dos atores, aliado a dramaturgia e direção segura de Grace, faz da peça uma das melhores do ano.

Diferencial de Cabaré Vagabundo é a clara referência ao Teatro de Revista. Espalhafato, musicalidade e irreverência são os ingredientes que o diretor lança mão na captura do público. O elenco é bom e demonstra prazer e brilho nos olhos. Os destaques ficam para Helaine de Freitas e sua composição da mocinha do interior, Tatá Santana e seu personagem inseguro com traços de Ney Matogrosso, Izabela Arvelos por sua força e presença cênica, e Raysner d’ Paula que alcança contornos de narrador cinematográfico no terço final da apresentação.

O cenário é simples e funcional, bem utilizado sempre que requisitado. O Figurino escorrega um pouco na coerência, sendo ora realista ora não, ora luxoso ora não, parece ter tido dificuldade para acompanhar as peripécias do texto, se perdendo um pouco na falta de unidade. A iluminação é um pouco dura, e no geral também não acompanha a força, espalhafato e potência do espetáculo.

Por fim, ressalta-se a iniciativa do Grupo Oriundo de Teatro que vem dando vazão aos textos de Fernando Hidelbrando, produzindo bons espetáculos, convocando equipes de técnicos e atores de alto nível. 

2 comentários:

  1. Na verdade, não é FERNANDO HILDEBRANDO, e sim Antônio.

    Que ótimo este novo espaço!
    Vida longa

    ResponderExcluir